segunda-feira, 24 de março de 2008

Cego



Quando vi, parado ali,
Um cego a se questionar porquê
Não via só a luz do sol
Como a cor do céu


Direcionou o olhar a mim
Enquanto evitava o encontro ao seu
E com tristeza no falar
Também me perguntou:


"Será mesmo, realmente
amarelo o sol, e azul o céu
por que não será lilás, vermelho
ou quem sabe seja apenas som?"


Agoniado ao pensar
No que o cego estava a falar
Olhos azuis a escurecer
Meu Deus, o que vai ser


Sentei, chorei e compreendi
Que não havia só um cego ali
E perturbado ao dizer,
Escute aí você:


" Quem é que não enxerga aqui
será eu ou você que não percebe?"



( Móveis Coloniais de Acaju )




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