quarta-feira, 23 de julho de 2008

Tentar Manter O Calor Com Memórias ...

"Então eu vou tentar manter o calor com as memórias ..."
Tudo o que passou, tudo o que foi vivenciado será mantido, pra sempre aqui, pra sempre comigo.
Por que nada é tão desprezível e fácil de se esquecer assim, pelo contrário, cada minuto vivido, cada cena, cada passo, cada ação, tudo vai estar comigo, pra sempre.
As memórias vão fazer com que nada se apague, as boas memórias vão fazer com que tudo continue, aquecido, vivo, eterno. Até por que o tempo não apaga nada assim, volta e meia as coisas vêm à tona, volta e meia tá tudo aí de novo.
E é o que também ajuda, o que também faz crescer, as boas coisas, assim como as ruins vão trazer aprendizado, tudo terá um propósito, tudo será usado.
O calor vai ser mantido, sempre, aqui comigo.
As memórias, somente as memórias vão manter, e no final tudo vai ser renovado, tudo será novo, mas as memórias farão seu papel.
E a saudade acaba quando a gente chega. E o que vai nos restar é a experiência, o calor que as outras memórias nos trouxeram, e assim vai ... a cada momento uma memória vem aumentar o calor da chama que nunca vai se apagar.
Presente, sempre presente.
Calor, memórias, presença, eterno ...

terça-feira, 15 de julho de 2008

KAMIKAZE


por Rodolpho Alexandre Santos Melo Bastos


Quem nunca se deparou com incômodos na vida?
Pois é, dificilmente encontraríamos alguém tão beneficiado assim. Então imaginemo-nos em uma situação qualquer, independente de estarmos desfrutando de um bem estar, comodidade e conforto ou numa condição menos propícia a isto; é quando sentimos algo, uma gastura, o tipo de coisa que tira a concentração, que perturba e que nos faz imaginar o que será que tanto nos irrita. Geralmente é um transtorno que começa pelas pernas, uma coceira, sei lá! E quando olhamos para baixo, lá está ela, livre, desimpedida, alegre, sem preocupação, somente seguindo seu percurso, um trajeto que não sei ao certo qual é.
O que quero dizer é sobre aquele maldito incômodo causado pelas formigas, isto mesmo, as famigeradas formigas. Elas que sempre estão nos importunado, subindo em nossas pernas, tirando nossa concentração e tudo mais e, quando pensamos ter dado fim ao problema, achando que as eliminamos com um simples “tabefe” ou com uma pisada mais forte no chão, esperando que ela caia; que droga! Instantes depois começamos a sentir aquela sensação novamente. E essa sensação vai se repetindo incessantemente, como se ela quisesse nos dizer algo, nos comunicar um anseio seu; na qual temos que enfatizar o que está acontecendo, deixar de lado o que estamos fazendo e nos centrar na sua eliminação e certificar que seu corpo não possa mais se mover, para que definitivamente estejamos certos de que o incômodo não mais se repetirá, até que nos deparemos com a próxima formiga. Mas por que elas insistem tanto em subir em nossas pernas? Qual seria o seu objetivo? O que almejam?
Depois de muito tempo, estes questionamentos começaram a se tornar constantes, na mesma medida que as formigas começaram a me importunar. Então, partindo do princípio que as formigas têm um sistema de sensibilidade e percepção relevantes, penso que elas conseguem diferenciar nossas pernas de uma simples árvore, tanto pelo cheiro (se é que sentem cheiro) quanto pela pulsação que devem sentir, emitidos por nossas pernas, ou outro local de nosso corpo. Da mesma forma não as vejo subindo em animais, pelo menos não com a mesma freqüência, se é que sobem realmente nestes; também acredito que estas não se alimentam de suor humano, de tecidos ou resíduos contidos na pele, ou mesmo de nosso sangue, não as que são encontradas na cidade.
E me perdendo bastante nestes pensamentos, quase que desnecessários, que chego numa possível hipótese. As formigas devem ser suicidas, kamikazes ou coisas do tipo. Já que não possuem um motivo coerente para tal ato (subir nas pessoas), por que não especular por suicídio? Talvez estas formigas sejam diferenciadas, isto é, aquelas que foram expulsas de seus convívios por um motivo qualquer, do tipo infratoras em que devem ter transgredido alguma regra, assim, não podendo mais viver em seu meio e organização social, só lhe restando a morte como consolo para seu “espírito”, desta maneira, a única forma de ter um pouco de nobreza e honra por tal ato é o suicido. Através deste pensamento é que elas procuram “encher o saco” das pessoas, por que sabem que se insistirem um pouco neste importuno, elas com certeza irão deixar de existir. Mas tudo isto é só especulação e espero encontrar uma resposta para isto.


quarta-feira, 9 de julho de 2008

Para se sentir ...

A voz às vezes não é o bastante
As palavras se tornam desnecessárias
Os ouvidos se cansam
E os olhos precisam ser fechados
Para se sentir
Somente para sentir e nada mais
A sensação, o sentimento, a vontade
O nada.
Esquecimento, apagar, neutralizar
Por que às vezes o que é necessário
É silêncio ... Puro, neutro, só.
O que é necessário
É o fazer nada, só silêncio!
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