sábado, 26 de abril de 2008

Entorpecida Pela Ilusão

E eu sinto seu cheiro. Me envolvo novamente naquela gigante e complexa rede de alucinações que me domina todas as vezes que você passa. Sinto. Paro e sinto. E tudo some, tudo desaparece como se nada, nunca, tivesse existido, como se o tempo, o espaço e as pessoas ao redor fossem ilusórios. E o que fica é só presença, presença de cheiro, presença de ar, só sua existência se mesclando com a minha.
Cheiro indecifrável que encanta, que consome e que traz lembranças sempre boas. Os momentos, aqueles momentos em que só nós podemos pensar, momentos que só nos pertecem e que em nenhuma outra memória podem existir. Ah, os momentos.
Nesse estado me encontro, estado que nada consegue atrapalhar, sensação que sempre se repete, mesmo depois de tanto tempo, mesmo depois de tantos obstáculos, ela continua, e com a mesma intensidade do começo. O tempo, simplesmente, não foi capaz de acabar com tamanha intensidade que apenas consegue dormir um sono leve, mas que é despertada com qualquer ruído, ou melhor, com o aroma que não é qualquer, mas que é o seu aroma, o que está guardado na memória e que me consome cada vez que você passa.
Mas de repente ele se vai, vai embora com toda a ilusão, some com toda a sua intensidade e da mesma forma brusca com que chegou, se despede. Eu acordo, sinto o cheiro do real, do presente e "esqueço" de tudo até que você passe de novo e largue seu cheiro carregado de momentos e memórias que tomam conta de mim por alguns minutos sublimes ...

Um comentário:

  1. Abra os olhos e continue sonhando, sempre buscamos sonhos e ilusões...a vida é assim o céu e o inferno em poucas horas...



    beijos

    Auíri

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