quinta-feira, 10 de abril de 2008

O Começo Do Fim Das Nossas Vidas


Expectativa.
Vem corroendo, passando por cima, tomando conta dos pensamentos.
Ansiedade vem dominando cada dia mais, e quanto mais o tempo passa mais ela vem se tornando presente. Em cada gesto, em cada ato, em cada idéia, em cada vivência.
Pensar que está se aproximando, que a hora vai chegar, que o tempo tá passando e que tudo que foi ontem já não há, e tudo que é amanhã tá virando presente.
Tudo bem, ela sempre existiu, mas em doses menores. Dose que pode ser venenosa ou não. Sem exageros faz bem, assim como tudo e o todo. Nada deve se exagerar, assim como nada deve se antecipar, hora certa, momento exato, destino.
Expectativa pode atrapalhar, pode engrandecer o que nem tão grande é, pode estragar. Mas sem ela as coisas não têm graça, imagina que triste seria se todas as grandes coisas que fizéssemos fossem na hora e ponto, sem antecipação, sem o pensamento anteiror de como vai ser. Tão triste, tão sem intensidade.
E mais uma vez surge o discurso do equilíbrio. Tudo equilibrado, tudo yin-yang.
Na verdade, o que nos resta é a espera, a espera que nos parece tão infinita por causa de tanta expectativa, mas é uma espera que seria tão sem graça e triste se fosse só presente, se a ansiedade não fizesse parte e se nada que fizéssemos no agora não lembrasse o que tem por vir.
Esperar. Mas esperar querendo, ansiando, desejando e equilibrando pra que nada caia da corda bamba em que se pendura a nossa vida.

3 comentários: